Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2008
Dança teatral Angolana
A coreógrafa angolano Ana Clara Guerra Marques lançou esta quinta-feira, no Museu Nacional de História Natural em Luanda, um livro sobre dança teatral em Angola, intitulado “Para uma história da Dança em Angola: entre a escola e a Companhia – Um percurso pedagógico”.
Apresentado pelo docente universitário Justino Pinto de Andrade, o livro aborda em 160 páginas o percurso da dança teatral em Angola, com realce para a dança profissional e académica. O prefácio da obra tem a assinatura de Paulo Tavares.
De acordo com a autora, o percurso da dança académica em Angola foi transcrita, muito detalhadamente, a partir da sua tese de licenciatura, tendo igualmente se apoiado em várias fontes do período colonial e pós-independência.
Bailarina e coreógrafa angolana, Ana Clara Guerra Marques nasceu a 2 de Novembro de 1962, em Angola. É uma das pioneiras da dança contemporânea africana.
Apesar de todos os obstáculos que lhe são impostos, persiste na sua cruzada em prol da elevação e defesa da dança como linguagem artística em Angola quer como bailarina e coreógrafa, quer como académica, através de palestras, conferências e workshops que orienta. Enquanto professora, sustenta a importância e a necessidade do ensino institucional da dança em Angola.
Em 1991, fundou a primeira Companhia de Dança profissional em Angola, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola.
Entre as suas obras, com as quais introduz novas formas e conceitos de espectáculo, figuram “Corpusnágua”; “Solidão”; “1 Morto & os Vivos” e “5 Estátuas para Masongi”, para as quais trabalha em conjunto com alguns dos mais reconhecidos escritores, pintores e escultores angolanos, entre os quais Manuel Rui Monteiro, Artur Pestana “Pepetela”, Frederico Ningi, Jorge Gumbe, Francisco Van-Dúnem “Van” e António Ole.
A crítica social é outra das opções desta coreógrafa angolana que perspectiva a dança como um poderoso instrumento de intervenção. Em “Mea Culpa”; “Palmas”, “Por Favor!”; “Neste País... Agora não dá! ‘Tou a Bumbar...” e “Os Quadros do Verso Vetusto”, a coreógrafa assume a sua irreverência.
Ana Clara Guerra Marques é Mestre em Performance Artística - Dança e membro individual do CID (Centro Internacional da Dança) da UNESCO. É a única investigadora a trabalhar sobre as danças de máscaras do povo Cokwe de Angola.
No ano de 1995, recebeu o prémio "Identidade" e em 2006 são-lhe atribuídos o "Diploma de Honra do Ministério da Cultura" e o "Prémio Nacional de Artes" na categoria Dança, pela sua contribuição nos campos do ensino, criação artística, investigação e cultura nacional.
Filipe Mukenga lança novo disco
O cantor e compositor angolano Filipe Mukenga vai lançar mais uma obra discográfica de inéditos, produzida no Brasil, no mês de Fevereiro de 2009.
“Nesta obra, que não vou adiantar o título, conto com a participação especial dos brasileiros Martinho da Vila, Zeca Baleiro e da cantora Vânia Abreu, que constituem uma mais-valia no disco”, acrescentou.
Para Filipe Mukenga, a sua ausência dos palcos deve-se a dificuldades que tem encontrado para conseguir apoios financeiros para as suas obras, alegando que a ausência de patrocinadores se deve ao estilo musical que faz.
“Eu não faço um estilo comercial. Por esta razão os patrocinadores têm dificuldades em obter retorno com os investimentos feitos nos meus álbuns. Mas agora que apareceu uma agência para ajudar a divulgar cantores sem fins lucrativos tudo vai melhorar”, fez saber.
O interlocutor disse, por outro lado, que “a criação de mais editoras musicais, salas de espectáculos, empresas especializadas em som e iluminação, bem como fábricas de discos, seriam uma mais-valia para a projecção dos artistas na evolução da música angolana".
Cantor, compositor e intérprete, Filipe Mukenga é autor de obras como o "Novo Som" (1991), "Kianda-Kianda" (1994) e "Mimbo Yami" (2003).
Paulo Flores encerra temporada
O músico angolano Paulo Flores encerra a temporada anual da promotora angolana Casa70, com a realização de quatro espectáculos entre os dias 3e 6 de Dezembro.
À semelhança dos últimos dois anos, Paulo Flores, autor de diversos temas de sucesso do mercado nacional, destacando-se nesta altura a canção "Gê Pê", tem a responsabilidade de mostrar ao público amante da música angolana as músicas do seu mais recente trabalho discográfico a ser publicado ainda em Dezembro.
Segundo fonte da promotora, que avançou domingo esta informação, o artista, que será acompanhado pela Banda Maravilha, tem reservado algumas surpresas para os espectadores que marcarem presença ao local.
Autor de um longo repertório constituído, entre outros, por "Marika", "Cabelos da Moda", "Inocente", "Belina", "Serenata Angola", "Minha senhora", "Makalakato", "Ramiro", "Clarice" e "Xé Povo", Paulo Flores é considerado um artista versátil e um dos grandes impulsionadores do ritmo Kizomba na década de 90, a par de Eduardo Paim e Ruca Van-Dúnem.
Nascido em Luanda em 1972, Paulo Flores tem 11 discos publicados: "Kapuete Kamundanda", 1988, "Sassassa", 1990, "Coração Farrapo", 1991, "Cherry", 1991, "Brincadeira Tem Hora", 1993, "Inocenti", 1995, "Perto do Fim", 1998, "Recompasso", 2001, e "Xé Povo", 2005, além de um "Best Of" e um DVD a vivo.
Paulo Flores foi considerado a 3 de Outubro vencedor do prémio da crítica do Top dos Mais Queridos2008, realizado pela Rádio Nacional de Angola.
Maya Cool foi eleito o cantor mais popular do país, nessa edição, com o tema “Ti Paciê
(COCAN) Angola 2010
Uma campanha gráfica, audiovisual e de publicidade estática será lançada no início do primeiro trimestre de 2009, enquadrada no projecto de comunicação e marketing do Comité Organizador da Taça África das Nações em Futebol (COCAN), marcado para Janeiro de 2010 em quatro cidades de Angola.
O director de informação, publicidade e marketing do comité organizador (COCAN2010), Manuel Mariano, disse segunda-feira que será implementada de forma “agressiva” dentro e fora do país.
"Dirão os angolanos que não têm visto nada, mas digo-vos que a nossa campanha é progressiva e deverá atingir o auge no decurso do próximo ano. O momento é mais de mobilização com actos muito pontuais", frisou.
Segundo a fonte, após o lançamento da campanha em Janeiro passado com a divulgação do logótipo e da mascote da competição, irão desenvolver acções em revistas e jornais especializados no tratamento de matérias desportivas em países africanos, da Europa, da América do Sul e do Norte.
Entre os estados já identificados, apontou a Nigéria, Senegal, Egipto, África do Sul, Marrocos, Portugal, França, Itália e Alemanha.
Em entrevista exclusiva à Angola Press, para o balanço do grau de cumprimento das tarefas inerente à realização da prova, a 13 meses do seu início, Manuel Mariano afirmou que o COCAN2010 contará com o apoio de angolanos residentes na diáspora para as acções audiovisuais.
A XXVII edição do campeonato africano das nações em futebol realiza-se de 10 a 30 de Janeiro de 2010 em Luanda, Benguela, Huíla e Cabinda. É a primeira vez que Angola vai organizar a prova.
Mais censura? Não
O governo angolano proibiu a exibição do documentário «Cuba, uma Odisseia Africana», realizado pela francesa Jihan El Tahri, sobre a presença cubana em África e a sua intervenção militar, nomeadamente em Angola. O documentário foi realizado em 2007 e revela África, um dos seus cenários mais desconhecidos, como um dos principais palcos da Guerra Fria.
Entre 1961 e 1989 as nações africanas que tinham alcançado a independência, ou que lutavam ainda por ela, tiveram que enfrentar não apenas as antigas potências coloniais, mas também as aspirações hegemónicas das duas potências, União Soviética e Estados Unidos, sobre o continente africano.
Os soviéticos queriam prolongar sua influência a um novo continente, os Estados Unidos aspiravam a apropriar-se das riquezas naturais de África, os países colonizadores sentiam escapar o seu potencial colonizador e as nações recém-criadas pretendiam defendiam a sua independência.
Através de alianças internacionais os países africanos tentaram manter-se aquém desta disputa e garantir a sua independência protagonizando uma luta contra o capitalismo, o socialismo e o colonialismo.
A ajuda dada por Cuba a revolucionários como Patrice Lumumba, Amílcar Cabral e Agostinho Neto foi importante uma vez que o país teve um papel de liderança na tentativa das nações africanas de controlar os seus próprios destinos.
O documentário aborda a Guerra Fria e os seus conflitos focando o envolvimento de Che Guevara no Congo ou a batalha do Cuito Cuanavale em Angola, mostrando como a Cuba de Fidel Castro teve um papel crucial, embora pouco conhecido, na nova estratégia ofensiva das nações do Terceiro Mundo.
São feitas algumas revelações que vão contra o que é do conhecimento do público em geral sendo talvez essas revelações a causa de alguns acontecimentos menos democráticos.
Segundo o documentário, o número exacto de soldados cubanos em território angolano era superior ao que é actualmente conhecido, mostra que foram os cubanos que estiveram nas frentes estratégicas da batalha do Cuito Cuanaval e que as tropas angolanas inicialmente sofreram derrotas nesta batalha.
Talvez por causa destas revelações, um professor da Universidade Lusíada, e também comentador político, mostrou o documentário «Cuba, uma Odisseia Africana» e, além de ter sido chamado à atenção pelos Serviços de Inteligência Militar, deixou de fazer comentários quer na Televisão Pública de Angola (TPA) quer na emissora estatal angolana (RNA).
O semanário «Novo Jornal» classificou como «censurado» o filme que está a gerar polémica.
Mais hoteis para Luanda
Mais de seis empresas portuguesas estão interessadas em investir no mercado hoteleiro angolano, construindo hotéis de referência em Luanda, num investimento que ultrapassa trinta milhões de euros, informa o site português País Económico.
De acordo com a fonte, um dos investimentos pertence à Teixeira Duarte, que está a construir o Hotel Baía, uma unidade com 18 pisos e 144 quartos, em Luanda.
O Grupo VIP Hotels está a preparar a inauguração, em Junho de 2009, do Hotel Skyna Vip Inn, unidade de três estrelas que disporá de 236 quartos.
O Grupo VIP Hotels prevê para 2010 a abertura do VIP Grand Luanda Hotel & SPA, uma unidade de cinco estrelas integrado no empreendimento “Comandante Gika” na zona do Alvalade, em Luanda. Esta unidade hoteleira terá 300 quartos e mais 70 suites, além de estar equipado com um SPA, Casino e um Centro de Congressos.
Por outro lado, o grupo Soares da Costa investiu 14 milhões de euros no desenvolvimento do projecto do Sana Luanda Royal Hotel, com 219 quartos e 69 suites, cuja inauguração se espera para 2009.
A par dos investimentos públicos e privados angolanos em curso no sector hoteleiro, as iniciativas de empresários portugueses vão contribuir em dotar as principais cidades de Angola com hotéis aptos a receber participantes e visitantes do CAN 2010, que se realizará no país.
Aumento do consumo
Pelo menos 180 mil contentores de mercadorias diversas, somando 160 mil toneladas, entraram em Angola de Janeiro a Junho deste ano, indicam os dados estatísticos do Porto de Luanda.
Esta cifra representa um aumento de dois mil contentores a mais que o de igual período de 2007, ano em que foram importados 160 mil contentores correspondendo a pelo menos 120 mil toneladas.
Esses dados, na análise da instituição, permitem concluir que o número de contentores e a tonelagem correspondente têm mantido os ritmos de crescimento desde 2004.
A estatística do Porto aponta ainda que, no primeiro semestre do ano em curso, foram desembarcados 100 mil contentores cheios e embarcados 90 mil vazios.
O Porto Comercial efectuou também três milhões de descargas e 500 mil carregamentos